A videoenteroscopia assistida por balão é um exame no qual o aparelho similar aos demais endoscópios, é introduzido através da boca (via anterógrada) ou do ânus (via retrógrada) para o diagnóstico e tratamento de lesões do intestino delgado.
Este exame está indicado nos casos de sangramento visível ou oculto não identificado através da videoenteroscopia por cápsula endoscópica ou outros métodos (angiotomografia, cintilografia), para o tratamento das lesões diagnosticadas por cápsula endoscópica ou nas doenças inflamatórias intestinais do intestino delgado diagnosticadas através de estudos por imagem – ressonância magnética ou tomografia computadorizada.
O método permite a realização de tratamentos endoscópicos como hemostasia do sangramento, retirada de pólipos ou dilatação de estenoses (redução da luz do intestino delgado).
Este exame também está indicado quando a colonoscopia convencional for incompleta por dificuldade de progressão do aparelho.
Nos pacientes submetidos a cirurgias abdominais que modificam o trato digestório como, por exemplo, cirurgia bariátrica, a videoenteroscopia permite o exame e tratamento endoscópico das lesões localizadas nos segmentos não alcançados através dos endoscópios convencionais – anastomose distal e estômago excluso.
O aparelho é similar ao endoscópio ou colonoscópio, sendo mais longo. Ele desliza dentro de um tubo (overtube) para auxiliar a progressão por todo o intestino delgado. O procedimento é realizado sob sedação, analgesia ou anestesia geral venosa para reduzir o desconforto e dura cerca de 1 – 2 horas.
Nos casos de introdução através do ânus, é necessário o preparo dos cólons através da ingestão por via oral de soluções recomendadas, de modo similar ao preparo para colonoscopia.
Podem ocorrer complicações associadas à sedação ou similar aos demais exames endoscópicos como náuseas, dor, vômito ou sangramento.
Nos pacientes com cirurgia abdominal ou ginecológica o exame pode ser mais difícil e/ou mais doloroso.
Pode ocorrer elevação transitória da enzima amilase após o exame.
Embora raramente, podem ocorrer complicações como pancreatite aguda ou perfuração. No caso de perfuração, o tratamento da complicação pode ser endoscópico ou necessitar de cirurgia de urgência.
Em alguns casos, o exame pode ser incompleto ou necessitar ser complementado, através de novo exame com preparo dos cólons, por via retrógrada.
O procedimento é realizado sob sedação consciente ou profunda. Você deverá repousar na área de recuperação pós anestésica até que a maioria dos efeitos da medicação tenha desaparecido. Normalmente a recuperação após o exame requer um período de repouso inferior à uma hora, podendo posteriormente ter alta. É importante que esteja acompanhado por um adulto responsável que lhe possa prestar algum auxílio eventualmente necessário, uma vez que a medicação poderá afetar a sua capacidade de raciocínio, decisão e reflexos durante o resto do dia. Se for submetido a qualquer tipo de sedação não poderá dirigir motos ou carros, nem voltar na carona de motos.